"Há luzes de erva veloz
no coração dos peixes.
Há peixes de sombra atravessados
por uma luz finíssima, filtrada à porta do caos.
O casaco que visto ainda não serve
para fugir ao medo.
Rosa no púbis (ou apenas) trevo.
São de águas mórbidas o sonho
em que à noite te levo.
O que em mim melhor se lava
é um prego
escuro
e tem bichos à volta
como o desassossego.
Há rios que nunca noivam:
madastra de pão - o Tejo;
toiro moribundo - o Mondego."
Fernando Grade
Faino, 19 de Junho de 1987
in "Compra-me um doido"
no coração dos peixes.
Há peixes de sombra atravessados
por uma luz finíssima, filtrada à porta do caos.
O casaco que visto ainda não serve
para fugir ao medo.
Rosa no púbis (ou apenas) trevo.
São de águas mórbidas o sonho
em que à noite te levo.
O que em mim melhor se lava
é um prego
escuro
e tem bichos à volta
como o desassossego.
Há rios que nunca noivam:
madastra de pão - o Tejo;
toiro moribundo - o Mondego."
Fernando Grade
Faino, 19 de Junho de 1987
in "Compra-me um doido"
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