"«I Know not what tomorrow will bring.»
(Nogueira Pessoa, nas vésperas da morte)
O vento sábio, que
nos olhos tive, era leão - pântano
de panteras.
Todas as datas fictícias foram afogadas em absinto.
Era bissectriz a aldeia que também tive,
azulada e negra, neutra como os teus pulmões.
Ardem sonhos à míngua de terra
- cal perdida, branco pouco nu.
É noite, incendeia-se o teu corpo, Almira
Curta, no quarto dos medos. As fêmeas vão viajar
rente aos plátanos, no país dos trevos.
O cu não sabe. Mas deixa que o teu corpo
arda em combustão de flores roxas e aves de neve,
oh sábio rateado dos perversos.
Não sei de casa mais humilde e cumprida
do que este teu corpo envenenado por insectos.
Nunca serei geógrafo de nuvens.
As últimas casas serão as primeiras.
E a água sabe sempre para onde vai"
de Fernando Grade
Buzano - 24 de Maio de 1985
in "Alma Burra"
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