O SOM E A PALHA
Ouço todas as tardes em Amsterdam
um martelo de plástico
a destruir um muro feito de pedra rija.
Música repassada de água
como os bichos no meio do feno
ou apenas uma romã.
Gesto polaco
algures nas florestas do Norte.
E todas as tardes o martelo vai e
vem sobre o musgo seco.
A pedra, sim, está por baixo e contente,
na sua felicidade de ser pedra
eternamente
Amsterdam – 1971
(in antologia pessoal ’25 Anos de Poesia Antologia 1962-1987’. Edições Mic – Colecção Salamnadra / 12. Estoril, 1988)
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