O cão que mais ganir é francês, eco nostálgico de uma Bretanha em fúria, uvas sangrentas, espelho ratado pelo sítio do umbigo. Um bicho que gane merece os ardis todos e sulfúricas desgraças. Dá-se ao animal o que vier do medo (rebuçado com buço de sapo) e as máscaras do Lácio passam. Então ser voada flor em chaga ou simples cão já não atrapalha nem é trapaça. Um coração que ladra tem sempre boa raça. Fernando Grade
FERNANDO GRADE: Poeta, com vasta obra publicada, constituída por 28 títulos individuais, de onde sobressaem "O VINHO DOS MORTOS" (em 5.ª edição -- 1977-1979-1985-1986-1999), "SAUDADES DE SER ÍNDIO" e a antologia "25 ANOS DE POESIA" (1967-1987), que, saída em 1988, selecciona a essência da obra poética produzida por Grade entre 1962 e 1981, inéditos (1982-1987), retirados de livros como "SANGRIA" -- o seu livro de estreia, publicado na Colecção Poesia Verdade, Guimarães Editores, em 1962 -- , "A+2=Raiva" (Dilsar, 1970), "O Vinho dos Mortos", "Serenata ao Diabo" (1978), "Museu das Formigas" (1980) ou "Saudades de ser Í ndio" (1981), sem esquecer o livro conjunto "Três Poetas na Cidade" (1969) e o livro colectivo "DESINTEGRACIONISMO" (1965). No que se refere ao "DESINTEGRACIONISMO", que é, até agora, o último movimento da Poesia Portuguesa -- e quem diz Desintegr
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